quinta-feira, 22 de abril de 2010



Uma velha árvore, recortada num céu de fim de tarde.
Bela pelas folhas que a enfeitaram em todas as primaveras, pelos frutos que o verão amadureceu nos seus ramos que o Outono despiu e o inverno gelou.
Bela mesmo quando os rebentos, da nova primavera,  não passam de vagas tentativas  de verde desmaiado, se recusa a florir e dos frutos já só resta a lembrança.
Bela na raiz lassa, que o tempo enfraqueceu.
Bela na casca rugosa e aveludada, pele que a chuva amaciou.
Bela nos ramos de seiva lenta, braços sem força para abraçar o céu.
Bela ainda quando as asas do nosso olhar são a força que a mantém de pé.

 Fotomontagem Ana Oliveira