sábado, 7 de fevereiro de 2009

RETRATO DE AMIGO - ARY DOS SANTOS



Por ti falo...E ninguém sabe... Mas eu digo
meu irmão .. minha amêndoa .. meu amigo
meu tropel de ternura .. minha casa
meu jardim de carência .. minha asa.


Por ti morro e ninguém pensa.. Mas eu sigo
um caminho de nardos empestados
uma intensa e terrífica ternura
rodeado de cardos por muitíssimos lados.


Meu perfume de tudo .. minha essência
meu lume .. minha lava .. meu labéu
como é possível não chegar ao cume
de tão lavado céu?
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Foto Google

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

ALEATÓRIAMENTE EU



A Najla desafiou-me a contar 6 factos aleatórios a meu respeito e a passar a outros 6 blogs o desafio.

Assim aqui vai:

  • Não conseguir distinguir as marcas dos automóveis e ter de fixar as cores, formatos e pequenos detalhes dos carros dos amigos para não me enganar. Normalmente finjo que sei qual é. Já me dirigi a gente que não conhecia e já tentei fazer parar carros que não eram os que esperava.
  • Sempre que vejo um camião grande, daqueles que têm uma chaminézinha ao lado da porta, sinto vontade de poder conduzi-lo, só a cabine, e buzinar como nos filmes americanos.
  • Esperar que as bananas estejam pretas por fora e castanhas por dentro para as comer.
  • Gostar de uma musica e nunca saber quem canta, nem prestar atenção à letra, e por mais que me digam, ou escreva, estou sempre a dizer: gosto muito disso, quem é? até perderem a paciência.
  • Chegar a casa e não conseguir fazer nada enquanto a carteira, o casaco, os telemóveis, as compras, não estiverem no lugar certo.
  • Não começar bem o dia de trabalho se não tiver tempo para me sentar a ler e a tomar os dois cafés da manhã (o cigarro, só no verão, na esplanada!!!) antes de entrar no atelier.

Passo este desafio a: Day by Day, Gata Louceira, Kris, Mary, Ana Camilo e Tita

Foto de Ana Oliveira

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

FANTASIA COM BORBOLETAS

Prato com barra texturada com relevo, areia e aplicação de ouro.


Fundo trabalhado com lustres de várias cores.

Rosto e borboletas canetadas e pintadas com pigmentos para porcelana.

Peça executada por Sebastiana Lopes Cruz
Adaptação de um desenho de Petter Faust

SENHOR MELRO


Ainda eu estava de olho meio fechado, chávena de café e cigarrinho, a tentar acordar, quando vi este senhor esgravatando na terra. Abri o olho e fui ver de perto.
O bico cheio de pedacinhos de ervas secas e raízes, procurava, escolhia, arrancava...
Eis senão quando, ao puxar uma erva mais forte... um passo atrás...dois e uma pirueta!
Melro para um lado, ervas para o outro e eu definitivamente acordada...a rir.
Ele levantou voo. Eu segui-o com os olhos...
Foto Google

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

RECICLAGEM

Peça de Ana Oliveira

Era uma vez uma saladeira de vidro azul. Vivia num armário com muita loiça. Às vezes saía para ir à mesa, cheia de cores da salada. Depois gostava de sentir a água fresca lavá-la, a maciez do pano que a enxugava e de voltar ao seu cantinho muito sossegado.
Um dia, mãos desajeitadas deixaram-na escorregar...estilhaçou-se em mil pedaços azuis escuros e brilhantes, a lembrar uma noite de estrelas derramada no chão.
Hoje, os pedaços moram, definitivamente, num prato que os acolheu e transformou em cantinhos de céu numa manhã de verão.

Foto Ana Oliveira

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

COMEÇAR O DIA


Haverá melhor forma de começar o dia?
Levar pela trela um cão com ar infeliz porque não gosta da capa, que teima em enfiar-se pelas ervas molhadas, que me faz patinhar na terra ensopada e que regressa a casa com ar de quem pergunta: já? estava tão bom o passeio!
E não é que tinha razão!
Mesmo entrando em casa e sujar tudo, ter os pés molhados, a cabeça miserável, um cão para enxugar e os pingos da chuva a fugir pela gola até às costas...
Tinha razão, foi mesmo bom o passeio!
Dois tolos com a mesma alma errante, o mesmo gosto pelo cheiro da terra molhada, pelo brilho do verde coroado de gotas luminosas!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

PAZ

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A Paz não pode ser uma palavra oca, desprovida de sentido, que usamos como formula despreocupada para ficar de consciência mais ou menos tranquila.
A Paz tem de ser o sentimento presente na relação com os outros e com tudo o que nos rodeia.
A Paz tem de começar em cada um de nós e como uma luz, espalhar-se de mão em mão, abraçar todos os homens, todos os seres, toda a terra, até que as sombras dos cantos amargos e tristes da injustiça fiquem iluminados e assim não possam mais permanecer impunes.
Foto Google