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Rezo a um deus desconhecido, que não regarei com lágrimas nem sangue, uma prece repetida e concêntrica.
Sem cruz nem dor, como rezam as folhas que o outono rodopia e as gaivotas em voos picados sobre o mar.
Oração de rio sem medo de ser foz. De árvore que não recusa a bênção do vento.
Rezo sem contas entre os dedos, sem palavras sagradas, sem pão e sem vinho.
Cântico sem som em lábios que se não movem. Círculos de tranquilidade no desassossego da vigília.
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