segunda-feira, 14 de setembro de 2009

PALAVRAS DITAS


Palavra
:
Já não quero dicionários
consultados em vão.
Quero só a palavra
que nunca estará neles
nem se pode inventar.
:
Que resumiria o mundo
e o substituiria.
Mais sol do que o sol,
dentro da qual vivêssemos
todos em comunhão,
mudos,
saboreando-a.
:
Carlos Drummond de Andrade, in 'A Paixão Medida'
:
Tela, foto e montagem Ana Oliveira

13 comentários:

Paula Raposo disse...

Um poema que é uma maravilha! Uma montagem linda! Adorei mais este post. Beijinhos.

uminuto disse...

palavras saboreadas e uma bela montagem

Ana Oliveira disse...

Paula

A montagem foi um exercício de meditação...precisamente sobre as palavras, as ditas e as por dizer.

O poema de Drummmond de Andrade pareceu-me adequado.

Obrigada

Beijos

Ana

Ana Oliveira disse...

Uminuto

Saboreadas...é uma forma de ver as palavras que me agrada imenso.
Obrigada

Beijos

Ana

Anónimo disse...

Ó Senhora Dona Anica
venha abaixo ao seu jardim
venha ver as costureiras
a fazer assim - assim...

Conheci Carlos Drummond de Andrade em sua casa no Rio de Janeiro. Mais um génio a enfileirar com outros que tive a felicidade de encontrar. Mas, também muito fiz por isso.

Ele e a(s) sua(s) palavra(s). Jamais me vou esquecer. Em frente.

Uma pergunta e um pedido:

1) Já recebeste o prémio? Diz alguma coisa, meu bem...

2) Sou um velho virgem (68 no domingo 20 já aqui à soleira da porta; prendas áre uelcame)) e para burro só me faltam as penas.

Não te cansaria muito, nem te causaria muito transtorno se me inçináçes a fazer essas coisas bonitas, fotomontagens, arranjo de fotos, meter legendas em linha por baixo delas ou em balão, énde çou óne? Se pudesses mandar por imilio...

Ficaria-te (essa agora????) internamente (+???) grato.

Qjs

Ana Oliveira disse...

Senhor D. Henrique

Aqueles versinhos levaram-me de novo à infância...o meu pai cantava-mos quando era pequenina e chamava-me de Anica nos momentos mais ternurentos (sempre muito próximo mas com alguma dificuldade em manifestar por palavras o que sente, ainda hoje o "Anica" é uma forma sua de dizer o que não consegue de outro modo!)

Conhecer Eugénio de Andrade deve ter sido emocionante e tenho a certeza que foi um encontro bem merecido.

Quanto ao prémio, acho eu de que, logo deixei um comentário a agradecer, a gabar o gosto e a explicar porque gostei tanto. Só o fiz, no entanto no seu blog. Tenho uma foto do cabeçalho da Travessa para fazer um post aqui, só esperava uma oportunidade...deu-me o mote, é desta!

Fico feliz por poder contribuir para a festança do aniversário, mesmo que de maneira tão pobre.
A do balão ainda vou tentar...o resto já descobri como se faz!

Vou tentar explicar por "imeile" e depois veremos se ficará-me (Ups!!) grato ou internamente arrependido de ter pedido ajuda a uma tão má professora.

Queijinhos (em azeite)

Ana

simplesmenteeu disse...

Também gosto de saborear as palavras.
É nessa demora... que está uma parte do prazer.

Adorei ver este voar de palavras sobre o sentir apelativo da cor. Sentir a roçar a pele...como vibração de uma música silenciosa, a esconder-se na boca e a colar-se à língua...

Vou voltar mais vezes ao teu quadro:
1- Porque lhe deste novas asas...
2- Tomei consciencia que consegues fazer-me sentir bem em cores de que habitualmente fujo...

Beijo grande

(p.s. - prepara-te e não tarda estou a pedir-te "aulas"...)

Isabel disse...

a palavra é uma paixão que o tempo nunca cura . antes in.sacia.



beijo Ana.


Obrigada ...:) pelas teclas...:)

Anónimo disse...

Hoje o teu olhar foi mil palavras. Hoje as minhas lágrimas de revolta deviam ter sido palavras! Talvez amanhã chegue à tua sabedoria!

Obrigada por estares por perto e me acalentares "as madurezas" de quem ainda não entendeu que se há palavras e as pessoas até já votam, eu não tenho de andar a defendê-las... :/

Ana Oliveira disse...

Simplesmenteeu

Ainda bem que te reconcilias com cores mais fortes...porque também falam connosco e de nós, das nossas formas de sentir e de fazer sentir...

Quanto às lições...saiba eu ensinar e será um prazer.

Um beijo

Ana

Ana Oliveira disse...

Isabel

As palavras são um "vicio"...bailam-me por dentro como quem pensa uma musica...depois saem-me quase sempre desafinadas...por falta de voz...

Um beijo

Ana

Ana Oliveira disse...

Me hate

Nem sempre palavras...nem sempre lágrimas.
Saber dosear estas duas formas de protesto ou nasce connosco ou se aprende à nossa custa!
As "madurezas"...

Beijos

Ana

Ana Oliveira disse...

Liliana

As palavras são um mundo...o que temos, o que sonhamos.
As palavras são a ponte entre nós e os outros.
A Palavra de Drummond de Andrade todos a buscamos sabendo que é impossível encontrá-la...mas sonhar é ainda uma forma de usar a palavra.
Quanto à montagem deu-me imenso gozo juntar as palavras ao significado da tela.

Obrigada

Beijos

Ana