Tela de Alice Belloto
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Mansidão
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Quando me chamam, vou logo,
E não reajo. Disfarço.
E a cada ultraje, renasço
com as artérias em fogo.
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Não falo o meu espanto.
Quando recuso, não digo.
(Conservo as vozes comigo
a elaborar o meu canto.)
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E com maneiras discretas,
vou criando o movimento
que hei-de entregar, a seu tempo,
às minhas asas quietas.
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Fernanda Botelho in "Távola Redonda".
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antologia das mulheres-poetas portuguesas
selecção prefácio e notas de antónio salvado delfos.
Edições Delfos.
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Foto Ana Oliveira e Costa
11 comentários:
Um poema de imensa mansidão.
Adorei a pintura. Beijos.
Quanta desta mansidão carregamos !
É muito lindo este poema.
Tenha um ano muito feliz.
bj
As asas fecham os olhos - aquietam-se.
Tornam-se invisíveis... mas, nunca adormecem.
Simplesmente, esperam...
A suavidade que sabes sempre ver e escolher.
Beijos
gostei de ler e da imagem que colocou.
um beij
De mansinho passei, vou passando e apreciando
e gostando!!!
Um Beijo
Paula
É mesmo doce e mansa esta forma de espera...
A tela é de uma das minhas alunas mais antigas e que é já professora de pintura.
Um beijo
Ana
Partilha de silêncios
Verdade!
Por vezes deixamo-nos arrastar num manso estado de estar até à fuga para o grito.
Bom Ano é também o meu voto para ti.
Beijos
Ana
Simplesmenteeu
As asas...ou batem furiosamente, ou se aquietam no voo fácil...às vezes limitam-se a esperar o ar que lhes traga a vontade de voar.
Beijos
Ana
Piedade
Obrigada.
Um beijo
Ana
Liliana
às vezes as imagens chamam as palavras...às vezes são as palavras que nos levam à busca das imagens.
Obrigada
Um beijo
Ana
Naft
Sempre bem-vinda...mesmo que devagarinho e obrigada por gostares.
Beijos
Ana
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