sábado, 28 de março de 2009



O exercício do silencio é tão importante quanto a prática da palavra!

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Depois de quatro horas a olhar para esta frase, na porta de uma enfermaria, achei-lhe tantos sentidos quantos os sentimentos que me percorreram nesse espaço de tempo.
Sentada numa poltrona vagamente deco, com uma televisão de cores surrealistas e som fanhoso, com a voz que, imparável, me levou a beira da hipnose...tinha mesmo agradecido o exercício do silencio!
As primeiras noticias, chegádas às duas horas de espera, deram-nos conta de que tudo tinha corrido muito bem, que durante todo o processo tinha reinado a boa disposição, tinha conversado com a anestesista, com toda agente no bloco, feito humor... resumindo - uma simpatia, uma gracinha, um charme!
Duas hora depois, regressando à enfermaria, o rosto de pele branca, rosado pelo calor ambiente, os olhos azul céu ainda um pouco ensonados, a mão a agitar um olá...dois laços em cada ombro a segurar a bata, as meias brancas, até meio da coxa, com liga... a imagem de uma bailarina a que só faltava o "tutu" de tule e as sapatilhas, passou-me pela cabeça!
Contei-lhe os rasgados elogios da medica sobre o decorrer da operação...sorriso e resposta pronta: "Oh filha, era para disfarçar o medo"!!!
A minha mãe olhou para ele e para mim, no seu ar de quem duvida do que ouviu e sem perceber porque me ri. Sem acreditar que o medo se pode espantar com bom humor e sem entender como é que eu sabia!
Mais meia hora de risos, que eu não me esqueci de o lembrar que em casa também se apreciaria um pouco daquele charme bem humorado, porque chegámos à conclusão que o penso parecia a tanga de um lutador de sumo, porque não podia beber mas podia chupar...um pauzinho com esponja...
À saída, depois de a minha mãe ter voltado atrás duas vezes para o beijar, lá ficou com o pauzinho na boca, como um miúdo com um chupa-chupa.
E até à próxima que desta já nos "safemos"!

Foto Google

quinta-feira, 26 de março de 2009


A vida é passo a passo
Entre a incerteza e a confiança.
Às vezes a passo certo, às vezes na ponta do pé.
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A vida é gesto a gesto
Entre o toque e o abraço.
Às vezes no gesto feito, às vezes só mão estendida.
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A vida é palavra a palavra
Entre o verso e a canção.
Às vezes palavra rimada, às vezes apelo sem voz.
Foto Google

BORLAS E FANTASIA


Peça executada por Alda Baptista, inspirada num trabalho de Peter Faust.
Foto Raija Durão

quarta-feira, 25 de março de 2009

GROU


O Grou é uma ave antiga na Terra. Habita-a há mais de 6 milhões de anos.
Apesar de se encontrar em extinção nalguns lugares do Mundo, o GROU transformou–se numa lenda, em toda a Ásia, e significa: eterna juventude; felicidade; longevidade.
Para os chineses e considerado a ave da sabedoria e simboliza a renovação.
No Japão é um pássaro sagrado, símbolo da paz.
A lenda diz que o grou tem o dom de realizar os nossos desejos, pois se dobrarmos mil grous, depositando em cada um a nossa fé e esperança, o nosso desejo será realizado.
O grou de papel dobrado é uma das criações mais importantes do origami no Japão e qualquer japonês aprende a dobrá-lo ainda criança. A partir do ano de 1945, contudo, o seu simbolismo alterou-se subtilmente.
Muitas pessoas conhecem a história de Sadako, a menina que estava em Hiroshima quando a primeira bomba atómica foi lançada sobre a população humana, no final da II Guerra Mundial, a 6 de Agosto de 1945.
Sadako sobreviveu à explosão com a mãe e o irmão mais velho. Na fuga foram encharcados pela chuva preta radioactiva que caiu ao longo do dia.
Até a idade dos doze anos, aparentava estar normal, uma menina saudável, estudava e brincava, e uma das coisas que mais gostava era correr.
Afinal, adoeceu devido aos efeitos da radiação da bomba que foi lançada durante a guerra.
A melhor amiga de Sadako, Chizuko levou-lhe uns papéis de origami e contou-lhe a velha lenda japonesa, a dos 1000 tsurus (grous), e que se ela os dobrasse teria o desejo da cura concedido.
Sadako acreditou na crença tradicional japonesa e por isso, começou a dobrar grous de papel, mas a sua saúde não melhorava.
Cada grou que ela dobrava era como uma prece e dizia-lhe: “Vou escrever Paz nas tuas asas e vais voar à volta do Mundo”. E assim a sua prece era não só pela cura e pela felicidade, mas também pela Paz.
Sadako não viveu para dobrar todos os seus mil grous e os seus amigos e colegas de escola completaram a tarefa. Mas o caso de Sadako e de muitas outras crianças em situação idêntica chegou ao conhecimento de todo o Japão e foi criado um fundo para construir um instituto para o tratamento das vítimas das radiações.
Criaram, em Hiroshima, o Parque da Paz, em 1958, onde ergueram um monumento à criança e à Paz no Mundo.
Foto Google

segunda-feira, 23 de março de 2009

PRESUNÇÃO


Serenidade...Harmonia...e Luz

Palavras simples...fáceis de dizer.

Se a serenidade começa por ser dúvida...

Se a harmonia começa por ser inquietação...

Se a luz começa por ser penumbra...

A busca continua...

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Não trouxe tudo o necessitava... apenas a certeza de ter muito que andar para chegar ao caminho que ainda nem comecei a percorrer!
Não perdi tudo o que devia... apenas a presunção!


Foto Google