sexta-feira, 14 de agosto de 2009

DIZEM AS MÁS LINGUAS...

... QUE ME "PASSEI"...






Talvez tenham razão.
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Por mais de cinquenta anos vivi em dois universos paralelos, irmãos gémeos, a quem dediquei todo o meu tempo: a palavra e a cor.
A palavra impressa, saboreada e relida, como um vicio. A palavra escrita, escondida e particular, como um escape.
A cor, de tudo o que os olhos viam e bebiam, como um balsamo. A cor, carregada e escorrida dos pincéis, como uma compulsão.
Agora descobri outra forma de encontrar a escrita. Uma nova forma de brincar com a luz e a sombra.
Tudo o que quero saber, ler, encontrar, descobrir e rever, ao alcance da mão.
Poder, de uma foto ou de uma tela, criar imagens sem limites.
Têm razão. "Passei-me".
E não me digam nada.
O meu Mundo completou-se.
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Tela de Lena Costa. Impertinências Ana Oliveira

quinta-feira, 13 de agosto de 2009


Toda a tarde a cigarra chamou.
..
As vozes amornadas pela sombra ecoavam num muro invisivel de ausência.
Estava como quem já partiu, os sentidos virados para dentro.
O corpo amparado na ombreira da porta, entre os dedos um cigarro a arder, os olhos a perderem-se no azul, no verde, no branco intenso e solar.
Um rectângulo de céu, um quadrado de jardim, um circulo de luz incandescente.
Um passaro feliz, um gato preguiçoso, a brisa a dançar na ramaria.
Imagens a reinventar-se na memória das palavras das histórias.
Saber de campos de grãos a amadurar. Ouvir de horas mortas entre paredes de pedra fresca.
E a água das fontes, os corpos abrasados, a terra a pedir chuva...
..
Soaram risos, cheirava a café, voltei para dentro.
..
Não sei se era a alma do verão se era a minha que toda a tarde a cigarra cantou.
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Foto Ana Oliveira

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

SE CHOVER ... A CULPA É MINHA!



Por estes dias assaltaram as caixas do correio do meu prédio.
Como tenho o hábito de me "esquecer" de ver a caixa, o maior transtorno foram as contas que tiveram que ser pagas directamente. Menos mal.

Há meses atrás, como aqui contei, tratei do Cartão Único. Não me deu muito trabalho mas deixou-me o ego em mísero estado.
Como ainda não tinha recebido a carta para levantar o CU ( com a Vossa licença), liguei para o notário. Fiquei a saber que já tinha sido enviada e que como passou mais de um mês tenho de recomeçar todo o processo.
Não sei como soou ao telefone o meu "Obrigada, boa tarde", nem sei o que terão pensado do outro lado, da alegria, que de certo lá chegou!
Está perdoado senhor "amigo" das cartas alheias.
Sinto-me vingada...
Pois o funcionário não dizia que tinha de esperar 5 anos para mudar a foto???
E agora não vai ter de me tirar outra???
E não é que desta vez não me vai apanhar desprevenida???

A dança que se segue só não fará chover... por falta de penas!

domingo, 9 de agosto de 2009

UM MUSEU EM OEIRAS

O PALÁCIO DO EGIPTO


Vista do Largo da Igreja
A escadaria de acesso à Galeria.

"As obras de reabilitação do Palácio do Egipto, inaugurado no passado dia 25 de Junho, permitiram criar um verdadeiro centro cultural em pleno coração do centro histórico de Oeiras. Neste edifício emblemático da vila nasceu aquela que será a maior galeria de arte do concelho, com cerca de 400 m2 de área.
O espaço, que durante vários anos esteve num estado de degradação progressiva, recuperou o seu antigo estatuto de Palácio, como pólo dinamizador, estando previstas actividades sócio-culturais.
O Palácio do Egipto está situado no centro da vila de Oeiras, a nascente da Igreja Matriz.
Sem que tal esteja provado, este Palácio dataria de 1705, o que o tornaria implicitamente a mais importante casa nobre de Oeiras até à construção do Palácio do Marquês de Pombal.
Para a sua inauguração, a autarquia apostou num grande nome, Salvador Dali.

«Dali: Sonhos de Literatura e Escultura»


Retrato do autor


Dois trabalhos em exposição

Ilustrações para "Alice no País das Maravilhas"


"Na galeria de arte do Palácio está patente um trabalho gráfico demonstrativo das suas constantes pictóricas - as relações entre Literatura e Arte e... uns fabulosos dotes de desenhador.
Poderão, deste modo, encontrar alguns reflexos de uma tradição literária universal onde não faltarão alusões à “Conquista do Graal”, às “Idades do Homem” ou referências ao mais puro estilo do imaginário medieval, como as obras “Alice no País das Maravilhas”, “Gargântua e Pantagruel” e até fabulações como “Tricórnio” ou “Pater Noster”.
Veremos também alguns alardes do imaginário de Dali através de esculturas carregadas de simbolismo e talento, numa viagem da alma humana, da escuridão à luz."
Fotos Google