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Tela de Maria José Secca
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Enquanto esperamos que a inércia do início do ano seja vencida pela vontade, vamos aquecendo o gelo dos dias, nas conversas mornas das últimas novidades, no chá fervente de misturas exóticas e nos restos de chocolates que ninguém quer ter em casa para evitar as tentações.
Contabilizam-se as alegrias e desilusões das festas.
Lamentam-se os desastres das balanças que pesam sem dó nem piedade os desmandos da época.
Passam-se de mão em mão as fotos mais recentes dos "meninos de oiro", filhos e netos, à volta das mesas natalícias.
Projectam-se regras de trabalho para o ano que começa, sabendo desde logo que não chegam à primavera!
(Lavar bem os pincéis... anotar as cores... ter o material preparado na mesa... e mais não digo!)
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Devagar, muito devagar, os pincéis vão saindo das caixas, a loiça fria ganha calor entre as mãos, os livros folheiam-se sonolentamente...
È assim o regresso à vida no atelier...
Sem pressa, com a alegria antecipada dos trabalhos por começar, com a certeza de que este ano se fará mais e melhor do que no ano que findou.
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Assim seja!
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