domingo, 28 de fevereiro de 2010

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Sabias do espectro da loucura, dos rios lamacentos e das pontes a ruir. Contavas pelos dedos dolorosos os desvios, os atalhos e os caminhos escusos. Sorrias ao deleite dos ramos no rosto, das fimbrias de luar nos ombros e dos passos macios na terra pura.
Dizias que o caminho se faz de olhos nus, de pés descalços e de coração a arder no peito aberto, que a cada batida do sangue nas veias o vento gritava o rasgar da carne e que o eco das palavras esquecidas cantava o encanto da procura.
Dizias e eu deixava...que tu e eu, tu a seguidora de trilhos abertos e eu a tropeçar em ramos mortos, somos o todo que me faz.
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Foto Ana Oliveira e Costa