terça-feira, 27 de julho de 2010

A NOVA COZINHA...

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...OU COMO ENLOUQUECER EM TRÊS MESES...
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Tome-se uma qualquer receita de arroz, também pode ser massa ou feijão, e faça-se com "qualquer coisa" que não seja nem carne nem peixe, do seguinte modo (seguir as instruções à risca!):
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- refoga-se a cebola com azeite, junta-se sal q.b. (se se souber o que isso é), massa de tomate (só um "cheiro"), salsa ou coentros e a tal "qualquer coisa"
- acrescenta-se bastante água (bastante !) e deixa-se levantar fervura
- junta-se o arroz, massa ou feijão e deixa-se cozer até espapaçar (isso...desfeito mesmo).
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Depois de pronto serve-se em prato fundo (porque deve estar muito liquido), deixa-se arrefecer para que não cheire a recém cozinhado e coloca-se num tabuleiro arranjado a preceito.
Ao sair da cozinha fecha-se rápidamente a porta para que nenhum odor se escape.
Entrega-se o tabuleiro, esperam-se de dez a quinze minutos pelo gesto, relutante mas corajoso, da primeira (e única) garfada (leia-se colherada) e fica-se a saber que tem sal a menos (ou a mais...depende), a tal "qualquer coisa" está mal cozida (mesmo que nem se encontre de tão desfeita)!), que o azeite está cru e que precisamos de aprender urgentemente a cozinhar (até porque já temos idade para isso...mesmo que para outras coisas não).

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Volta-se à cozinha, desafivela-se o sorriso, solta-se o sopro contido, coa-se o cozinhado, esmagando bem com a colher de pau, serve-se numa tigela (está ainda mais liquido) e leva-se o tabuleiro compondo um novo sorriso.
Espera-se mais uma vez, enquanto se faz conversa com tudo o que vem à cabeça, para  disfarçar a espera e a ansiedade (é melhor que olhar fixamente para a parede e bater o pé de impaciência.
Nova colherada e, definitivamente não temos queda para a culinária...
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Resta-nos como último recurso o batido de fruta (uma qualidade, nunca frutas misturadas), batida com açucar, caso consigamos perceber se está suficientemente madura. Coa-se também, mas desta vez no passador do chá (tem a malha de rede mais fina) e serve-se em copo, leve e não muito grande (achas que bebo isto tudo?) e espera-se que o calor da tarde não azede o sumo...
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...não, não é um bébé...mas parece! 
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Fotos Google
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segunda-feira, 26 de julho de 2010

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Quem me cantará o rumor do sol

na pele quente tocada pelo vento

e o olhar deslumbrado de verde e oiro

na armadilha de um corpo que não voa?  

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Impertinência de Ana Oliveira

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