quinta-feira, 22 de abril de 2010



Uma velha árvore, recortada num céu de fim de tarde.
Bela pelas folhas que a enfeitaram em todas as primaveras, pelos frutos que o verão amadureceu nos seus ramos que o Outono despiu e o inverno gelou.
Bela mesmo quando os rebentos, da nova primavera,  não passam de vagas tentativas  de verde desmaiado, se recusa a florir e dos frutos já só resta a lembrança.
Bela na raiz lassa, que o tempo enfraqueceu.
Bela na casca rugosa e aveludada, pele que a chuva amaciou.
Bela nos ramos de seiva lenta, braços sem força para abraçar o céu.
Bela ainda quando as asas do nosso olhar são a força que a mantém de pé.

 Fotomontagem Ana Oliveira

6 comentários:

Maria disse...

E bela porque tem vida, tanta, por detrás...

Beijo.

Graça Pires disse...

Um tronco de árvore que é uma escultura a lembrar-nos os frutos, as folhas a disponibilidade das sombras, os pássaros...
Muito belo o poema e a fotografia.
Beijos

Ana Oliveira disse...

Maria

Tanta vida...e que se vai acabando lentamente!
Um beijo

Ana Oliveira disse...

Graça

Obrigada.

Principalmente o ser sombra e canto de passaro.

Um beijo

uminuto disse...

bela quer pela força do nosso olhar, quer pela história de vida que nos oferee
um beijo meu

partilha de silêncios disse...

Adorei o seu poema!

Apetece abraçar a árvore, com a mesma força e carinho, como se abraça a vida.

Boa semana

bjs