quinta-feira, 3 de junho de 2010

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"O meu pai dizia-me:
- A vida é uma corrida, meu filho. Quem olha para trás enquanto corre arrisca-se a tropeçar.
Eu não olho para trás. Avanço por vezes de olhos fechados, e tropeço, como os outros, e eventualmente caio, mas não olho para trás. Nunca fui pessoa de cultivar saudades. Não colecciono albuns de fotografias, e jamais guardei pétalas secas entre as páginas  de velhos livros. Sigo em frente. Quando me perguntam para onde vou encolho os ombros. E rio-me:
-  Adiante."
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José Eduardo Agualusa em "Passageiros em trânsito"
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Foto Ana Oliveira
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3 comentários:

Anónimo disse...

Porque será que tudo isto é antitese do que sou e do que sinto?

Porque será que para mim o atrás molda o presente e o futuro e protanto não tem, nem de ser cosntantemente lembrado nem, ser obliterado?

Porque será que os joelhos esfolados apenas me fazem sorrir porque sei que foi e não o que É?

Porque será que tenho saudades de tempos idos positivos e não me importava de voltar a senti-los?

Porque será que tenho fotos de quem amei e amo?

Porque será que guardo flores especiais de momentos excelentes já passados?

Porque será que me parece que o Agualusa na sua mentira escrita, me parece bem mais saudosista do que eu alguma vez virei a ser??????

Talvez porque o bom escritor (disse o nosso prémio nobel) deve sempre colocar um pouco de si em todos os livros mas, nunca, o que sente... não! Isso é para o leitor fazer!

Portanto, será mesmo, adiante? Ou que adiante está, é apenas a melhoria do presente?

SIGA!

Anónimo disse...

Ah lembrei-me... esse ADIANTE com um sitio onde se colocam as amarras é, como eu, uma antitese... que belo cais de sentimentos não conjugados!

Benó disse...

Concordo com o Agualusa quando ele diz que a vida é uma corrida. Mas tem que haver sempre uma meta a atingir. Mesmo tropeçando no percurso. É preciso chegar. Não ficar na queda.