quarta-feira, 25 de março de 2009

GROU


O Grou é uma ave antiga na Terra. Habita-a há mais de 6 milhões de anos.
Apesar de se encontrar em extinção nalguns lugares do Mundo, o GROU transformou–se numa lenda, em toda a Ásia, e significa: eterna juventude; felicidade; longevidade.
Para os chineses e considerado a ave da sabedoria e simboliza a renovação.
No Japão é um pássaro sagrado, símbolo da paz.
A lenda diz que o grou tem o dom de realizar os nossos desejos, pois se dobrarmos mil grous, depositando em cada um a nossa fé e esperança, o nosso desejo será realizado.
O grou de papel dobrado é uma das criações mais importantes do origami no Japão e qualquer japonês aprende a dobrá-lo ainda criança. A partir do ano de 1945, contudo, o seu simbolismo alterou-se subtilmente.
Muitas pessoas conhecem a história de Sadako, a menina que estava em Hiroshima quando a primeira bomba atómica foi lançada sobre a população humana, no final da II Guerra Mundial, a 6 de Agosto de 1945.
Sadako sobreviveu à explosão com a mãe e o irmão mais velho. Na fuga foram encharcados pela chuva preta radioactiva que caiu ao longo do dia.
Até a idade dos doze anos, aparentava estar normal, uma menina saudável, estudava e brincava, e uma das coisas que mais gostava era correr.
Afinal, adoeceu devido aos efeitos da radiação da bomba que foi lançada durante a guerra.
A melhor amiga de Sadako, Chizuko levou-lhe uns papéis de origami e contou-lhe a velha lenda japonesa, a dos 1000 tsurus (grous), e que se ela os dobrasse teria o desejo da cura concedido.
Sadako acreditou na crença tradicional japonesa e por isso, começou a dobrar grous de papel, mas a sua saúde não melhorava.
Cada grou que ela dobrava era como uma prece e dizia-lhe: “Vou escrever Paz nas tuas asas e vais voar à volta do Mundo”. E assim a sua prece era não só pela cura e pela felicidade, mas também pela Paz.
Sadako não viveu para dobrar todos os seus mil grous e os seus amigos e colegas de escola completaram a tarefa. Mas o caso de Sadako e de muitas outras crianças em situação idêntica chegou ao conhecimento de todo o Japão e foi criado um fundo para construir um instituto para o tratamento das vítimas das radiações.
Criaram, em Hiroshima, o Parque da Paz, em 1958, onde ergueram um monumento à criança e à Paz no Mundo.
Foto Google

8 comentários:

Anónimo disse...

e foi assim que hoje aprendi uma coisa nova, que adorei ler :) obrigada, ana. um beijinho.

Valsa Lenta disse...

Obrigada pela partilha.

Felicidades

simplesmenteeu disse...

Linda história de sabedoria...

Penso existir, em muitos trabalhos considerados manuais, uma relação estreita com a sublimação dos sentidos...
A concentração que exigem leva um esvaziamento... e este a uma canalização de energias.
Assim, pondo neles uma prece ela ganha uma força universal e essa força tudo pode... porque passa por todas as pessoas e as congrega.

(não sei se consegui explicar-me...)
Beijos

kris disse...

Ana

e fiquei a saber um bocadinho mais :) graças a ti

um beijo

Ana Oliveira disse...

Alice

Uma história que eu sabia mas da qual só hoje recordei os pormenores.

Beijos

Ana

Ana Oliveira disse...

Valsa Lenta

Obrigada pela visita e pelos votos.

Um beijo

Ana

Ana Oliveira disse...

Simplesmenteeu

Está muito bem explicado...quando deixamos que a energia nos percorra
e nos concentramos num objectivo maior do que nós, a energia transmite-se aos objectos e às pessoas a quem a dirigimos, como uma cadeia...( é como eu sinto).

Beijos

Ana

Ana Oliveira disse...

Kris

Que bom que o pouco que eu sei e me lembro de dividir seja ouvido por alguém.

Beijos

Ana