sábado, 8 de maio de 2010

ORAÇÃO

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Rezo a um deus desconhecido, que não regarei com lágrimas nem sangue, uma prece repetida e concêntrica.
Sem cruz nem dor, como rezam as folhas que o outono rodopia e as gaivotas em voos picados sobre o mar.
Oração de rio sem medo de ser foz. De árvore que não recusa a bênção do vento.
Rezo sem contas entre os dedos, sem palavras sagradas, sem pão e sem vinho.
Cântico sem som em lábios que se não movem. Círculos de tranquilidade no desassossego da vigília.
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5 comentários:

Benó disse...

Que as suas rezas e seus cânticos sejam ouvidos por quem se destinam.

uminuto disse...

reza a um deus desconhecido que vive em nós
um beijo

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

eu nao sei rezar...mas invento as minhas oraçoes.

beijo

Carla disse...

Lindo demais.Já tinha saudades de andar por aqui. Beijão e um bom fim de semana

Anónimo disse...

Há sempre vigília no cuidado eterno que temos com o outro mas também, com o que devemos ter connosco... Beijo.