skip to main |
skip to sidebar
"É aí, no mais íntimo, que nos
apagamos, mas é também aí que o silêncio se incendeia, iluminando a
realidade e unindo-nos a ela. É o nascimento de nós mesmos e o
nascimento do mundo. Na suprema suavidade desta fusão, somos livres e
unos, idênticos e puros. É aí que habita o silêncio primordial e é a
partir daí que principia a metamorfose essencial da linguagem e do ser. A
pulsação viva da palavra é o fruto desta permeabilidade à silenciosa
matriz do corpo. O vocábulo novo, retemperado pela nascente, substituirá
o rigor rígido do conceito pela fluidez e fugacidade de uma respiração.
Na sua intrínseca transgressão a palavra conduzir-nos-á à nudez viva do
silêncio, à transparência do ilimitado.
Mais Silêncio Mais Sombra
António Ramos Rosa
In JL — Jornal de Letras, Artes e Ideias, Lisboa, 14 Ago. 1990; reprod. in Prosas seguidas de Diálogos, Faro, 2011.
Foto net
11 comentários:
os nossos Poetas não morrem...
:)
Equilíbrio na assimetria
amiga...é sempre um prazer passar por aqui...
bjinho
Obrigada Kris
Beijinhos
Não há como negar a sabedoria contida nas palavras deste belo texto!
Parabéns pela sensibilidade com que o escolheu!
Beijos.
Ao passar pela net encontrei seu blog, estive a ver e ler alguma postagens
é um bom blog, daqueles que gostamos de visitar, e ficar mais um pouco.
Eu também tenho um blog, Peregrino E servo, se desejar fazer uma visita
Ficarei radiante,mas se desejar seguir, saiba que sempre retribuo seguido
também o seu blog. Deixo os meus cumprimentos e saudações.
Sou António Batalha.
As palavras são eternas e sempre actuais!
Um beijo.
A sabedoria de saber esperar a palavra mais nítida, mais pura...
Lídia
A espera que a mestria dos poetas nos torna mais leve mas segura,
obrigada Lidia
Ana
Vou esperar as suas palavras, que as gosto de ler!
Beijinhos e boa noite
Obrigada Menina
Voltarei, creio.
Um beijo de bom dia
Enviar um comentário